sexta-feira, 11 de junho de 2010

Capítulo Um: Rumo a Sunshineland


 Ok. Estávamos indo para Sunshineland. Um pequeno páis, que por pouco não era uma ilha.

 Quando eu falo no plural, estou querendo dizer que iamos eu e a minha turma do colégio. Não era bem a viagem com mais liberdade que se podia ter, mas incrivelmente minha mãe havia permitido que eu fosse. Coisa que era praticamente um milagre, vendo como era superprotetora.

 Não estou dizendo que era a primeira vez que ia para lá. Apesar de eu não me lembrar, nasci em Sunshineland, o lugar de onde minha mãe e eu viemos quando eu devia ter meses de idade... Foi uma típica história de amor, no começo: Minha mãe conheceu um rapaz, (meu pai), se apaixonaram e me tiveram. Ela me dizia que até tentaram viver juntos,(cheguei até a ter o sobrenome do meu pai,o que, bom, ainda tenho), mas que ele tinha outras prioridades com as quais ela não conseguia lidar. Então, simplesmente foi embora comigo.

 Não pense que fui para lá com o objetivo de encontrá-lo. Ir atrás de um homem que você não faz ideia de como seja e, que ainda por cima, não a procurou durande dezesseis anos, não estava no topo da lista de preferências de coisas para fazer nas minhas férias. Quer dizer, não vou mentir dizendo que nunca havia sentido vontade de conhece-lo, (no fundo sempre quis isso e, quando pequena, até sonhava com isso), mas é que já havia me acostumado com a ideia que era loucura ir atrás dele, afinal, no fim das contas estava mais do que feliz com a minha vida.  

 Enfim, acabamos opitando em ir à esse pequeno lugar, pois, minha turma após ver tantas vezes as fotos que minha mãe ainda guardava, chegou a mesma conclusão que eu: aquele lugar era lindo e merecia ser visitado. Portanto, na votação que aconteceu no colégio, acabamos ganhando pelo número de gente que votou nesse mesmo lugar.

 Ok. Vou voltar pra o começo da história. Estava no avião indo à Wonderland. Bom, não era a capital. Era uma cidadezinha com a praia mais linda que eu já havia visto, (mesmo que só por fotos), e não estou dizendo isso só porque foi onde eu nasci. Ficava em média à duas horas da capital, e a senhora Schmidt, (a orientadora da série) havia escolido-a porque era mais calma e apropriada para receber vinte e seis adolescentes.

 - Ali, você pegou o meu Ipod? - Clara, minha melhor amiga, que estava sentada ao meu lado, perguntou. - Tomara que eu não tenha deixado em São Paulo.

 Tendo mais um FlashBack, Clara e eu nos conhecemos aos cinco anos, na escola primária. Ela, uma garotinha de cabelos lisos e pretos com olhos azuis, passava de maria-chiquinha por todos os cantos do parquinho, enquanto eu, na época uma menina loirinha com os cabelos completamente cacheados e olhos verdes, (não que eu tivesse mudado muito, meu cabelo alisou um pouquinho, mas nas pontas ainda continuava super cacheado), estava andando de balanço.

 Estava literalmente sentindo o vento em meus cabelos, quando do nada essa menina parau de frente à mim e perguntou:

 - Tu não viu meu suco, né?

 E eu simplesmente respondi, enquanto parava o balanço:

 - Não.

 - Eu deixei na minha mochina, mas agora ele sumio! Eu preciso do meu suco de limão... Me ajuda a achar? - Perguntou a garota, com uma expressão arrasada no rosto.

 - Hm... tá bom.

 - Obrigada! Sou Clara. - Disse, agora animada.

 - Meu nome é Alice. - Falei rindo de sua bipolarização.

 Dali ao resto da manhã, passamos procurando seu suco. Não vou falar para ela agora, mas só fui ajudá-la naquela hora, porque limão era meu suco preferido e eu queria um gole. É puramente um detalhe que ela não precisa saber. De qualquer jeito, no final não achamos o suco, mas acabamos ficando muito amigas a ponto de ela transferir-se para a minha turma.

 Fim desse FlashBack do primário.

 - Tu havia colocado na sua bolsa, tenho certeza.

 - Verdade! - Exclamou feliz, depois de ter encontrado o aparelho.

 - Ei Clara, será que vamos conseguir fugir da sra.Schimidt? Não queria ter que ficar toda hora em bando.

 - Ah, com certeza. Ela tá super animada de ficar longe dos filhos pestes dela. Acho que ela não vai sair do hotel, ou ainda vai sumir pela cidade e nos largar. - Disse rindo, enquanto imaginava. - Vai ser tão legal poder treinar meu inglês! - Exclamou animada.

 - É. - Concordei, rindo de sua expressão feliz. - Ei, já ouviu do luau que vai acontecer no sábado?

 - Sim, o que é que tem? - Perguntou, com seu típico olhar desconfiado.

 - Acha que pode rolar alguma coisa entre você e o Rodrigo?

 - Hã... tu sabe que eu não sei. Ele me confunde demais.

 Drico é um garoto da nossa turma com quem a Clara tem um rolo. Eles vivem ficando um com outro, naquele tipo de '' fica sempre, mas não vira namoro''. São muito complicados e, no fundo, sei que ele não merece ela, mas Clara parece gostar bastante dele. Ela é uma garota muito birrenta, e quando eles discutem o Drico fica com várias garotas, o que consequentemente deixa a Clara mal.

 - Tu precisa é se resolver com ele ou terminar logo tudo.

 - Eu sei. Ele é um idiota, mas eu não consigo simplesmente apaga-lo da minha mente.

 Com essa conversa simpática e mais mil outras ao meio de música, filme e profundos momentos desacordadas, fomos passando o tempo da viagem, até a minha bunda ficar quadrada.